Na Época Errada

Em momentos de tristeza, escreve-se, em momentos de alegria, escreve-se, em momentos como este, escrevo aqui..

quarta-feira, outubro 11, 2006

O Mote

Retrato próprio

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.

Bocage




Haja modéstia dizia eu...


Fisico mediano, moreno, de olhos escuros,
mal tenho pés para a altura que me deram,
sorrio por fora mas por dentro já me arderam
as alegrias que protegi com largos muros.

Visão além horizonte, não me permito a prisões,
inaudito escritor de grandes obras perdidas,
de duplos sentidos são as palavras sentidas,
de pobres sentimentos, de ricas ilusões.

O amor de uma mulher, minha unica necessidade,
sexo com muitas não faz parte do amor,
alem do amor o sexo é grande vontade.

Eis-me aqui, não digno de grande louvor,
com um mote de Bocage, num dia de criatividade
incapaz de fazer melhor.

Rui Costa

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Inaudito escritor de grandes obras perdidas" - muito bem, tá lá, mas louvor não rima com melhor... acho...

9:38 da tarde  
Blogger Strings said...

Louvor rima com melhor :)
E mais uma vez, obrigado pelo comentário, mesmo que já tenham passado 7 anos :)

2:18 da tarde  

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